quarta-feira, 17 de julho de 2013

Poluição do ar mata mais do que alcoolismo e obesidade no Reino Unido


04 de Julho de 2013 • Atualizado às 17h59
Redação CicloVivo

Baixa qualidade do ar causou mais de 29 mil mortes em um ano.

Um estudo encomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que a poluição atmosférica causa 29 mil mortes anuais no Reino Unido – mais do que a obesidade e o alcoolismo juntos. Só em Londres, todos os anos são registradas quatro mil e trezentas mortes relacionadas ao ar poluído – e, segundo especialistas, as causas não estão apenas relacionadas com problemas cardíacos e respiratórios.

O relatório foi elaborado por uma equipe de 60 especialistas de diversas áreas – cardiologistas, epidemiologistas, pneumologistas e outros –, que analisaram os impactos causados na saúde pelos gases poluentes liberados pelo trânsito, pela indústria e pelas lareiras das casas dos europeus. Um preocupante dado revelado pelo estudo afirma que, além das doenças cardíacas e respiratórias, a poluição do ar também estabelece relações com casos de diabetes, estimula a morte de recém-nascidos e prejudica o desenvolvimento das crianças.

Com o relatório publicado, a ONU está pressionando os países europeus para que medidas eficientes sejam adotadas, a fim de reduzir os níveis de poluição do ar.  “O dobro da população da Europa sofre hoje de asma do que há 30 anos. Estes resultados pretendem acordar os decisores europeus para os poluentes atmosféricos e provam que as políticas europeias estão erradas”, explicou a diretora-adjunta da Health and Environmental Alliance (Heal), que comentou o estudo.
Os profissionais também concluíram que os trens e o metrô podem 

aumentar a exposição das pessoas às partículas de poluição – de acordo com o estudo, os sistemas férreo e metroviário aumentam a exposição das pessoas a partículas e metais poluentes. As fontes de poluição presente nos interiores de casas e escritórios, como as lareiras, afetam diretamente a saúde das pessoas.

Caso Eike põe em xeque apoio do BNDES a megagrupos nacionais


Ruth Costas
Da BBC Brasil em Londres
Atualizado em  9 de julho, 2013 por http://inpacto.wordpress.com/

O colapso do grupo EBX, do magnata brasileiro Eike Batista, põe em xeque as políticas de apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em relação a grandes grupos nacionais.
Essa é a avaliação tanto de Aldo Musacchio, professor da Harvard Business School, quanto de Mansueto Almeida, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), que vêm estudando as práticas e escolhas do banco e seus efeitos sobre a economia brasileira.
"É impressionante ver como algumas das escolhas feitas pelo BNDES (no apoio ao que vem sendo chamado) de 'campeões nacionais' não estão obtendo os resultados esperados", diz Musacchio.
"E o grupo EBX é apenas o último exemplo disso. Com todos os protestos contra a corrupção e esse debate sobre os custos dos estádios (da Copa), parece problemático o fato de o banco ter arriscado bilhões nesse grupo."
O EBX - conglomerado que inclui a petrolífera OGX, a produtora de energia MPX, o estaleiro OSX, a mineradora MMX e outras empresas - era um cliente preferencial do BNDES.
Segundo informações do banco, o total de empréstimos contratados pelo grupo nos últimos anos foi de R$ 10,4 bilhões de reais. o suficiente para pagar por todos os estádios da Copa.
O valor inclui os recursos que o banco se comprometeu a emprestar a Eike, mas não desconta o que já foi pago e o que ainda não foi desembolsado. O BNDES se recusa a revelar quanto o grupo efetivamente lhe deve alegando sigilo bancário, mas diz que sua exposição a EBX é "pequena" e Eike teria oferecido "amplas garantias" aos empréstimos.
De acordo com um levantamento do banco Merryll Lynch feito com base nos balanços das empresas, porém, tal exposição seria da ordem de R$ 4,9 bilhões – o que faria do BNDES a instituição financeira mais exposta ao grupo.
Além disso, o BNDESPar, braço de participações acionárias do banco, tem pequenas participações na SIX (33,02%), MPX(10,34%), CCX (11,72%), MMX (0,66%) e OGX (0,26%), em um total de mais de R$ 500 milhões.
Fortuna
Eike era, em março de 2012, o oitavo homem mais rico do mundo segundo a agência Bloomberg, com um patrimônio estimado em US$ 34,5 bilhões (R$ 78 bilhões).
A desaceleração chinesa, a perda de vigor do PIB brasileiro e uma série de problemas do grupo EBX, porém, fizeram com que suas empresas pouco a pouco perdessem a confiança dos mercados.
Primeiro a OSX revisou suas metas de produção. A mineradora MMX teve obras paralisadas no Chile e desistiu de projetos no país. Quando a petrolífera OGX anunciou a inviabilidade comercial de seus poços da Bacia de Campos, na semana passada, as ações de algumas empresas do conglomerado caíram em queda livre e começou-se a falar em uma reestruturação total do grupo.
A fortuna de Eike encolheu para US$ 2,9 bilhões (R$ 6,5 bilhões).
"O problema do grupo EBX foi ter crescido rápido demais apostando em um cenário muito otimista", diz Wilber Colmerauer, do Emerging Markets Investments em Londres. Ou seja, Eike prometeu demais e entregou de menos.
Críticas
"É claro que não foi só o BNDES que se enganou com a EBX. Os bancos e investidores privados também acreditaram em suas promessas de grandes lucros", diz Almeida.
Para o especialista do IPEA, no entanto, a questão é que o BNDES faz empréstimos com recursos públicos e juros subsidiados e, portanto, deveria ser guiado por uma lógica diferente da usada pelo setor privado – o que não parece ser o caso.
"Poderíamos ter investido os recursos (emprestados ou usados para adquirir participações no grupo EBX) em setores que nos levassem a criar tecnologias novas e não vão se desenvolver se não tiverem incentivos", diz Almeida.
"É claro que também há riscos nessa opção, mas um risco justificado pelos potenciais benefícios em termos de aprendizado, de mudança estrutural no setor produtivo que ajudariam a diversificar a economia do país e lhe dar mais perspectivas no longo prazo. Não vejo o que ganharíamos apoiando um grande grupo como o EBX, que além de ser mais capaz de captar recursos no setor privado atua em áreas em que o Brasil já é 'forte', já tem vantagens comparativas."
Musacchio, de Harvard, concorda com o diagnóstico.
"As grandes apostas do BNDES nos últimos anos têm sido em (empresas que atuam na área de) commodities - petróleo, mineração, gás, carne congelada e etecetera", diz ele.
"Isso quer dizer: o banco está apostando em setores que são muito dependentes do crescimento do PIB chinês em um momento em que a China está desacelerando. Mas se você conversa com produtores de equipamentos médicos, de hard drive e outros (produtos de alto valor agregado) se dá conta que eles não estão recebendo tanto apoio."
Pesquisa
Musacchio conta ter feito um estudo analisando os investimentos de portfólio do BNDESPar desde 2008 e a conclusão foi de que sua performance, em termos de retornos financeiros, foi muito fraca, "bem aquém da performance da Bovespa em geral".
"Você pode argumentar que o objetivo do BNDES não é maximizar seus lucros", diz o economista. "O problema é que nossos estudos têm mostrado que eles também não têm investido ou emprestado dinheiro para as empresas que mais precisam (por não terem recursos próprios para investir ou fontes de financiamento alternativa). E supostamente, isso ocorreria porque eles estariam escolhendo empresas com boas performances e resultados (Para reduzir seus riscos)."
Já Colmerauer é menos crítico. Para ele, apesar de algumas apostas erradas, nos últimos anos o BNDES também ajudou a criar grupos nacionais que seriam "estrelas do mercado, como a Brazil Foods (resultado da fusão da Perdigão com a Sadia)."
Ele diz que os problemas da empresa de Eike de fato têm gerado grande apreensão nos mercados e agora há uma corrida para entender até que ponto os bancos públicos – e em especial o BNDES – poderiam ser atingidos por suas repercussões.
"Trata-se de um ciclo vicioso: o pessimismo em relação à economia brasileira faz com que seja mais difícil para Eike conseguir novos empréstimos e reestruturar suas empresas e ao mesmo tempo, o colapso do valor de mercado de seu grupo ajuda a ampliar o pessimismo das expectativas sobre o país."

sábado, 13 de julho de 2013

Sobre a origem e trajetória de Eike Batista: como se produz um testa-de-ferro para se transferir a riqueza pública de um país para mãos privadas.

Década de 50:
Augusto Trajano Antunes (representante da Bethlehem Steel e da Hanna dos USA) e Eliezer Batista (funcionário da Vale do Rio Doce, empresa pública criada por Getúlio Vargas) fundaram a MBR-Mineraçoes Brasileiras Reunidas, concorrente da Vale. Assim Eliezer Batista, o funcionário público, vendeu-se a Antunes, o testa-de-ferro de companhias privadas, um "negócio" semelhante a crime de peculato.

Década de 60: 
Eliezer é demitido da Vale por receber suborno de empreiteiros. Assume então a presidência de empresa de Antunes (a ICOMI no Amapá, que mais tarde surge em nome de Eike Batista). Protegido por Antunes, Eliezer volta à Vale e continua a cometer peculato, transferindo mercados da Vale para a sua própria MBR.

Década de 70:
A Vale compra Carajás da U S Steel. O patrimônio da Vale sobe para mais de 30 bilhões de dólares, convertendo-se na maior mineradora de ferro do mundo.

Década de 80:
Eliezer volta à Presidência da Vale e vende cerca de 30% deste gigantesco patrimônio por 180 milhões de dólares (menos de 5% do valor)! O governo chega a perder o controle da Vale: sua participação cai abaixo de 50%. Reina a confusão, a Folha de São Paulo, a Tribuna da Imprensa, O Globo, denunciam o crime. A revista Senhor publica um mapa de jazidas da Vale sobre o qual se lê: “a ser cedido ao grupo Antunes”. Denúncias abortam a transferência de jazidas de ouro (Bahia) para sócios de Eike, e de jazidas de bauxita para grupo americano (oeste do Pará). Jazidas da Vale em Corumbá (Urucum) surgem nas mãos de Eike. O senador Severo Gomes aprova uma CPI e publica livro expondo a gigantesca roubalheira (leitura obrigatória: Companhia Vale do Rio Doce: Uma Investigação Truncada. Editora Paz e Terra. Prefácio de Paulo Sergio Pinheiro). Eliezer é demitido. Porem, permanece imensamente rico e impune - a origem do fenômeno Eike.

Década de 90:
O resto da Vale é vendido por 4 bilhões de dólares. Os próprios compradores a avaliam e compram (depoimento de Daniel Dantas à Miriam Leitão)! Eike (leia-se Eliezer) emerge do nada, subitamente, como um dos homens mais ricos e "geniais" do mundo. Dinheiro corre. Corrompem à esquerda e à direita. Compram consciências, políticos e funcionários públicos. Filmes, livros, jornalistas vendem suas patranhas, exaltando a genialidade do pai e filho.

Década de 2010: 
Aconselhado por José Dirceu, Eliezer e Eike entram no petróleo. O geólogo Paulo Mendonça e Rodolfo Landim, da Petrobrás arrancam a peso de ouro técnicos da empresa e estruturam a OGX. Pedro Malan e Rodolpho Tourinho vão assessorar Eike. O Fundo de Marinha Mercante empresta bilhões e seu presidente vai trabalhar para Eike. 

Entretanto não se pode roubar, corromper, enganar e ainda se exibir, para todos e para sempre. O crime necessita da proteção das sombras. Mas Eike é um exibicionista compulsivo e um péssimo empresário. Tardiamente, o mercado está descobrindo. Processos dos lesados virão. Nos USA já estariam presos. Em outros países "menos democráticos", há muito tempo estariam mortos e decapitados.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

“Falta de médico” e curso de Medicina de 8 anos no Brasil: mentiras, absurdos, estupidez, erros de percepcao, desperdícios, irresponsabilidade, desgoverno, atraso e prepotência.

LD Dr.med. D.Sc. Sergio Ulhoa Dani, médico formado pela UFMG-Universidade Federal de Minas Gerais.

As razões da 'falta de médico' no Brasil são várias. As mais importantes delas são a mentira, a falta-de-vergonha, a ganância política, o populismo, a ignorância, a má-gestão e a falta de prioridade para a saúde.

Antes de acreditar na 'falta de médico' conforme anunciada por certos políticos e governantes, leve em conta o sistema de saúde.

A produtividade das equipes num sistema de saúde AUMENTA em proporção à qualidade dos médicos e paramédicos, ao número de paramédicos e às melhores condições de trabalho e DIMINUI em proporção ao número de médicos mal-formados e às piores condições de trabalho.

Numa equipe de atenção à saúde, o médico é MINORIAOs organismos internacionais como OPAS e OMS preconizam uma proporção médico:paramédico de, no mínimo, 1:5. Muito antes de faltar médico, falta paramédico nas equipes: parteira, enfermeiro, assistente social, auxiliar de limpeza e esterilização, psicólogo, dentista, ortoptista, nutricionista, diabetologista, biomédico, técnicos de laboratório, etc.

Os mesmos organismos internacionais recomendam uma proporção médico:habitante de 1:1000. O Brasil tem 400 mil médicos, o suficiente para atender uma população de 400 milhões de habitantes, o dobro da população atual. Pode estar faltando de tudo no Brasil, menos médico.

Alguns discordarão comigo, argumentando que, na falta de apoio à maternidade, por exemplo, muitas médicas abandonam a profissão ou trabalham em tempo parcial para poder se dedicar à família. Isso gera um deficit de horas-médico quando o número de médicos é aparentemente suficiente para atender à demanda. Mas, com 400 mil médicos para 200 milhões de habitantes, ainda que considerássemos que metade dos médicos é do sexo feminino, a conta fecharia para mais, nunca para menos médicos. 

A perda da produtividade do médico por causas ligadas às perdas e erros sistêmicos é muito mais importante: má-gestão, corrupção, 'deformação médica' em faculdades de medicina fajutas (a maioria absoluta das faculdades de medicina no Brasil é fajuta, são faculdades do 'faz-de-conta-que-ensina', do 'pagou-passou'), sucateamento de instalações, hospitais, laboratórios e equipamentos, más condições de vida e trabalho, etc.

Esses problemas e distorções sistêmicas revelam a falta de capacidade administrativa, a falta de visão e a falta de prioridade dos gestores públicos e privados, traduzidas na má gestão e no sub-financiamento do setor da saúde. 

Formar bons médicos e paramédicos e dar-lhes boas condições de trabalho são investimentos altos para os médicos, suas famílias e a sociedade. Os bons gestores sabem disso e cuidam de melhorar as condições de educação, formação, vida e trabalho dos médicos e paramédicos, assim como de toda a população: 'A economia da saúde' - conforme afirmou o jornalista Joelmir Betting - 'acaba sendo o reator da saúde da Economia'. Os maus políticos, maus governantes e maus gestores não pensam assim. Preferem apostar numa aceleração desastrosa do 'crescimento': cadê a saúde que estava aqui? O PAC comeu!


A aceleração desastrosa do crescimento destrói as bases de sustentação dos ecossistemas, causa devastação e poluição ambiental e outras catástrofes que acabam criando mais doenças e mais doentes para o já caótico sistema de saúde.

Em vez de melhorar as condições básicas ambientais, de educação, formação, treinamento, vida e trabalho da população, inclusive as equipes de atenção à saúde, as bestas de plantão querem atrasar desnecessariamente a formação do médico e aumentar o número de médicos!


Essas medidas revelam estupidez, erro de percepção, desperdício, irresponsabilidade, ignorância, populismo, necrofilia, atraso e prepotência de uma ditadura de terroristas instalada no desgoverno do Brasil 
(*).

(*) Os melhores dicionários da lingua portuguesa definem “terrorismo” como o ato ou ação de governar sem respeitar os interesses do povo.