quarta-feira, 27 de julho de 2011

O crime da água.

Por Sergio U. Dani, de Heidelberg, Alemanha.


Segundo estimativas da WHO-World Health Organization cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso garantido à água potável, e outros tantos precisam pagar cada vez mais caro pelo produto sem o qual não se vive. Centenas de milhões de pessoas adoecem e morrem no mundo todo ano por causa de doenças transmitidas pela água contaminada. As causas dessa catástrofe incluem poluição ambiental, desequilíbrios climáticos e injustiça social.

No estado de Minas Gerais, Brasil, por exemplo, o governo governa para as mineradoras transnacionais, e não para o povo. O governo mineiro vende 1 metro cúbico de água por 1 centavo de reais para as mineradoras.


Um metro cúbico contém 1000 litros que o governo vende por 1 centavo para as mineradoras emporcalharem nos seus processos industriais altamente dependentes de água, como transporte e processamento do minério.


Se a água for da Classe Especial que só exige desinfecção para abastecimento e consumo público, o preço é 2 centavos por 1000 litros, denuncia Gustavo Gazzinelli, um jornalista brasileiro engajado na defesa da vida.


“No Brasil, uma pessoa paga entre 2,00R$ e 3,00R$ por um litro de água engarrafada, ou seja, paga entre 200 000 e 500 000 vezes mais pela água da qual precisamos para viver”, informa Martin Kuhne, alemão radicado no Brasil.


“Enquanto bilhões de pessoas morrem de sede no mundo ou pagam caro pela água, em Minas Gerais não falta água pura e barata para as mineradoras sujarem”, alerta Kuhne. “Isso é um crime contra a humanidade”, sentencia.

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