quinta-feira, 9 de abril de 2015

Lula arrebentou os pobres

Por Ricardo Kertzman (publicado no Facebook, em 25 de Março de 2015) 

Com uma histórica hiper demanda reprimida, a economia brasileira viveu dias de glória nos dois governos de Lula.

A fim de deslocar a atenção da opinião pública dos inúmeros crimes de corrupção, onde o Mensalão foi o protagonista, o governo petista investiu pesado no populismo econômico através da farra do crédito abundante e do mar de subsídios; e a classe média foi ao paraíso.

Qualquer bem de consumo, por mais caro e sofisticado, inclusive bens duráveis como automóveis e eletrodomésticos de última geração foram devorados por trabalhadores assalariados através de intermináveis prestações, fazendo a alegria da banca e do grande empresariado nacional. Alegria esta dividida com o governo, que bateu sucessivos recordes de arrecadação de impostos, campo fértil para toda a bandalheira que temos acompanhado até então.

Inebriadas com a (falsa) sensação de prosperidade, as classes mais baixas aderiram em massa ao proclamo do "pai dos pobres" e foram às compras sem dó, sem medo de ser feliz. Poupança? Que diabos é isto? Endividamento além da capacidade? Tô nem aí! Investimento em bens de valor ou em patrimônio intelectual (via educação)? Nem pensar.

Pois bem... acabada a festa, passada a régua, o que sobrou foi um mar de endividados, sem poupança e sem patrimônio algum, senão bens de consumo e bens duráveis velhos, depreciados e ultrapassados. Do saldo zero que outrora possuíam, quando excluídos da sociedade de consumo, passaram a negativo após as desastradas aquisições sem eira nem beira. E o pior: não só não formaram qualquer patrimônio material ou financeiro, como também deixaram de adquirir o mínimo que fosse em riqueza cultural, que seria a porta de entrada para uma vida melhor.

Ao invés de investir na educação dos filhos, por exemplo, pais resolveram reformar a casa, trocar de furreca, comprar um forno de microondas (pra quê??), pendurar "uma plasma de 42'" na parede do cômodo de 5 metros quadrados, sacar selfies no Iphone 6 do plano pré-pago, conhecer o Beto Carreiro... e perderam, talvez, a única oportunidade real de fazerem a diferença na vida da prole .

Estes milhões de brasileiros estão à beira do abismo. Não tinham nada e continuam não tendo; mas não tinham dívidas e agora sufocados por elas; e tinham esperança, que agora se mostrou vazia. Acreditaram na marolinha, acreditaram na ordem unida do "comprem, que o Lula garante" (quem se lembra do "plante, que o João garante"?), acreditaram em tudo: no aumento da renda, no controle da inflação, no emprego abundante, na queda dos juros...

Foi o que Lula lhes prometeu. Definitivamente não é o que Lula lhes entregou.

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