Por Sergio U. Dani, de Bremen, Alemanha
O sucesso dos programas sociais do governo atual está
questionado, no contexto da crise de credibilidade pela qual passa o atual governo e,
indiretamente, todo o país. Fica difícil acreditar em governantes que são capazes
de fazer de tudo para se perpetuar no poder e enriquecer, inclusive mentir, manipular
dados, roubar e corromper.
A FAO-Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura trabalha com dados fornecidos pelos governos
dos países-membros. Consulte atentamente os dados lançados no site da FAO:
http://www.fao.org/hunger/en/
Observa
que o Brasil, em 2002, informou, para uma população de 177 milhões de
habitantes, 19 milhões de pessoas subnutridas. Esse número de subnutridos, pelo
mesmo site da FAO, representaria 10,7% da população brasileira, algo como uma
em cada dez pessoas.
No período 2006-2008, para um número total de habitantes
não informado no site da FAO, havia menos de 5% da população subnutrida.
O
Censo Demográfico do IBGE de 2010 indicou pouco mais de 190 milhões de
habitantes.
Os números do IBGE, combinados com os números divulgados pela FAO
sugerem que existem, no Brasil, cerca de 9,5 milhões de subnutridos. Essas são
apenas inferências e meta-análises de dados. A realidade é um ponto de
interrogação.
Em setembro próximo passado, uma análise do TCU-Tribunal de
Contas da Unição levantou sérias dúvidas sobre a credibilidade dos números dos
programas sociais do governo. Distorção dos dados, inflação, ausência de metas
e medições, falta de ‘portas de saída’ e insustentabilidade fiscal desconstróem
o sucesso dos programas sociais de redução da miséria, fome e pobreza no Brasil
(http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/09/1513897-dados-sobre-reducao-da-pobreza-podem-estar-distorcidos-diz-tcu.shtml).
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