Por Sergio U. Dani, de Heidelberg, Alemanha, em 2 de maio de 2011.
A novidade mundial de hoje ficou por conta do fim da caçada ao Bin Laden, alvejado na cabeça por uma unidade do comando mais brutal dos Estados Unidos, num quarto de dormir de sua casa no Paquistão. A chacina de Bin Laden e seus familiares foi transmitida ao vivo para uma platéia seleta do governo americano incluindo o presidente Barack Obama e Hillary Clinton (veja foto acima). Terminado o serviço e ocultado o cadáver, Obama foi para a televisão fazer um pronunciamento à nação e milhares de americanos foram para as ruas festejar o que consideram o cumprimento de uma missão justiceira. Aqui na Alemanha, um dos maiores produtores e exportadores mundiais de armas, assisti Angela Merkel dizer o quanto estava feliz com a execução do chefe da Al Kaida. Do Brasil, Antonio Patriota, ministro das relações exteriores deixou clara a posição do seu governo chefiado pela ex-guerrilheira Dilma Rousseff: "À medida que a Al Kaida e Osama Bin Laden estiveram e ainda estão por trás de estratégias políticas que privilegiam atos terroristas, nós só podemos nos solidarizar com as vítimas e com aqueles que buscam a justiça". Quando chefes de governos ditos democráticos festejam a execução de uma pessoa, seja ela quem for, só posso pensar que o mundo ficou mais perigoso. Quando a pessoa é Bin Laden, e os justiceiros acreditam que sua execução sumária e de sua família trará mais segurança ao mundo, só posso pensar que o mundo ficou mais burro. Para quem duvida da idiocracia mundial, recomenda-se ouvir o cineasta americano, Michael Moore: "Depois de dez anos, duas guerras, 919.967 mortes e 1,188 trilhão de dólares gastos, conseguimos matar uma pessoa". Justiça seja feita ao Vaticano, cujo porta-voz declarou não ver razão para festejos por causa da morte de um homem. Não pergunte por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti.
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