terça-feira, 27 de novembro de 2012

Gerente-Geral de Toxicologia da ANVISA é exonerado por denunciar corrupção.

http://www.contraosagrotoxicos.org/index.php/inicio/271-gerente-geral-de-toxicologia-da-anvisa-e-exonerado-por-denunciar-corrupcao 

O gerente-geral de toxicologia da ANVISA, Luís Cláudio Meirelles, foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (14). 

Segundo carta divulgada pelo pesquisador que trabalhava há 12 anos na ANVISA, o mesmo denunciou irregularidades graves na liberação de agrotóxicos. 

"As graves irregularidades envolveram o deferimento de produtos sem a necessária avaliação toxicológica, falsificação de minha assinatura e desaparecimento de processos em situação irregular", informou. 

Ao constatar as irregularidades, Meirelles teria tomado as atitudes esperados de um funcionário público: 

"Em seguida, solicitei ao Diretor-presidente o afastamento do Gerente da GAVRI, pois os problemas estavam relacionados às atividades de sua Gerência, assinalando que houve rompimento da relação de confiança exigida para o cargo. Entretanto, a medida contrariou interesses maiores dentro da instituição, e na relação com o Ibama e MAPA," avaliou o pesquisador. 

Bônus, cotas, bolsas e... salário de estudante.

Por que as medidas heróicas tomadas para recuperar a educação perdida não surtem o efeito desejado no Brasil? 

Por Sergio Ulhoa Dani, de Heidelberg, em 27 de novembro de 2012. 

No início eram os bônus, que não surtiram efeito no Brasil. A proibição da repetência fez as cabeças acenarem em triste negativa. Depois vieram as cotas ‘raciais’ e econômicas. O crescimento-recorde das bolsas (de estudo) e das faculdades públicas e privadas beira os limites do surreal. Agora a USP, maior universidade brasileira estuda destinar 50% de suas vagas às novas cotas para estudantes oriundos das escolas públicas, criar ‘colleges’ para reforço do aprendizado e pagar salário mínimo para esses estudantes. Com essas medidas heróicas, os administradores públicos do Brasil tentam desesperadamente alcançar o bonde perdido da educação e capacitação profissional. Num mundo globalizado, parecem estar perdendo a corrida, correndo na raia errada, ou talvez correndo numa raia certa, mas no sentido errado, esquecendo de olhar para os lados. Nas últimas décadas, centenas de milhares de brasileiros qualificados decidiram abandonar o país do futuro, em busca de condições escassas no Brasil de hoje: educação de qualidade em todos os níveis, melhores condições de vida e trabalho, mais segurança pública e menos corrupção. Essa emigração em massa de gente qualificada prova o sucesso da estratégia dos países que não oferecem bônus, nem cotas, nem bolsas, nem salários para estudantes. A estratégia desses países é diametralmente oposta à do Brasil: atrair e fixar os melhores talentos do mundo.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

« Le taux de cancer à Paracatu est très élevé »

Par Sergio U. Dani, Heidelberg, Allemagne, 16 novembre 2012 
Traduction : Laure Terrier 

Domingos Boldrini Júnior, cancérologue à l’hôpital du cancer de Barretos (São Paulo, Brésil), a affirmé hier que le nombre de patients atteints du cancer et originaires de Paracatu (Minas Gerais, Brésil) était très élevé pour une ville de cette ampleur. 

« Le taux de cancer à Paracatu est très élevé », a affirmé Boldrini lors d’une rencontre à Paracatu. 

425 patients originaires de Paracatu suivent actuellement un traitement à l’hôpital du cancer à Barretos, ville située à plus de 550 km de Paracatu. 

« Ce nombre augmente chaque jour », s’alarme Boldrini. 

L’arsenic libéré lors de l’exploitation de la zone aurifère par la Kinross Gold Corporation est un agent très carcinogénique pour l’homme et son environnement. Paracatu est devenue une des villes de la planète les plus polluées par l’arsenic, à cause de ces activités industrielles; elles ont débuté en 1987, avec le soutien des gouvernements brésiliens (aux différents niveaux du système fédéral) et canadiens (EDC-Export Development Canada). 

Une action civile publique (ACP), initiée par la Fondation Acangau, assure que l’exploitation aurifère à Paracatu n’est économiquement pas viable, écologiquement insoutenable et socialement injuste. Cette ACP a demandé que soit réalisée une étude épidémiologique clinique en laboratoire et une interruption immédiate de l’empoisonnement chronique de la population de Paracatu. Mais l’ACP a été suspendue par décision judiciaire, avec approbation du Ministère public, depuis 2009. 

« L’injustice et la violence imposées au peuple de Paracatu et à l’environnement sont scandaleux », affirmait le représentant religieux Gilvander Moreira, en février 2010. « C’est un péché contre le Saint-Esprit et un crime abject », concluait-il. 

La technologie médicale dont nous disposons à ce jour permet de prouver l’empoisonnement chronique par l’arsenic et sa relation causale dans les différents types de cancers. L’indemnisation versée à une personne empoisonnée chroniquement par l’arsenic varie entre 1,5 millions et 6 millions de dollars, selon les estimations données par l’Agence Américaine de Protection de l’Environnement (EPA). 

L’étude auto-financée par l’entreprise minière Kinross et publiée dans une revue spécialisée en 2011 a montré que l’arsenic libéré par ses activités aurifères à Paracatu est une substance bioaccessible. Pour une substance aussi cancérigène que l’arsenic, il n’existe pas de dose tolérée; la population de la ville est donc exposée à un tel risque. 

Des études épidémiologiques réalisées dans des conditions similaires à celles de Paracatu dans d’autres régions du monde indiquent qu’environ 10% de la population doit mourir de cancer lié à l’arsenic libéré dans la ville par l’entreprise aurifère tandis que le reste de la population pourra développer d’autres maladies causées par l’arsenic. 

Le préjudice causé par l’entreprise minière à Paracatu et la valeur totale des indemnisations des cas de cancers sont estimés entre 127 billions et 510 billions de dollars. Considérant la persistance et la dispersion du poison dans l’environnement, le montant du préjudice total est bien plus élevé. 

Avec les preuves du génocide, nous espérons que l’ACP sera réouverte et que d’autres actions en indemnisations seront lancées à l’encontre de l’entreprise minière Kinross et des gouvernements brésilien et canadien. 

Les avocats de Paracatu et du reste du monde commencent à découvrir la véritable mine d’or de la ville. 

Sources:

http://paracatu.net/view/4148-professor-da-usp-diz-que-incidencia-de-cancer-em-paracatu-esta-acima-da-media. 

Ono FB, Guilherme LR, Penido ES, Carvalho GS, Hale B, Toujaguez R, Bundschuh J. 2011. Arsenic bioaccessibility in a gold mining area: a health risk assessment for children. Environ Geochem Health 34: 457-65.

domingo, 25 de novembro de 2012

Menschen in der EINEN Welt im Hauptbahnhof Heidelberg.


Eine Ausstelung zu den Verflechtungen 
in der globalisierten Welt. 
Vom 3. bis 17. Nov. 2012.
Stiftung Entwicklungs-Zusammenarbeit Baden-Württemberg (www.sez.de).




































sábado, 24 de novembro de 2012

PARQUE NACIONAL DA SERRA DO GANDARELA AMEAÇADO

COMUNICADO 

Comunicamos que a Vale S.A. pediu Licença de Operação de Pesquisa Mineral (LOP) para fazer 227 praças de sondagem geotécnica e 26,20 quilômetros de acessos complementares para seu empreendimento na Serra do Gandarela, incluindo as barragens de rejeito na bacia do Ribeirão da Prata (águas Classe 1). Denunciamos como muito grave esta tentativa da Vale S.A. de iniciar o projeto Mina Apolo na Serra do Gandarela, à revelia do processo de criação do Parque Nacional e da relevância ambiental para Belo Horizonte e sua região metropolitana, especialmente no que se refere à produção de água e biodiversidade. Mais grave ainda é que parte das sondagens (e seus inúmeros impactos) estão dentro dos limites propostos para o Parque Nacional da Serra do Gandarela. 

Leia a versão completa deste comunicado e entenda melhor esta denúncia: 





Vale S.A., one of the world’s largest mining companies is trying to obtain a license from the governments of Brazil and the Minas Gerais State to dig for iron within the limits propounded for the Gandarela Natural Park. A favorable decision from the governments of Brazil and Minas Gerais would open the way for the irreversible devastation and killing of a precious water producing system in Brazil: 

"We find ourselves ethically destitute just when, for the first time, we are faced with ultimacy, the irreversible closing down of the earth's functioning in its major life systems. Our ethical traditions know how to deal with suicide, homicide and even genocide, but these traditions collapse entirely when confronted with biocide, the killing of the life systems of the earth, and geocide, the devastation of the earth itself." – Thomas Berry 

The Gandarela region is also home of plant and animal species that play a key role in the maintenance of the water producing ecosystem, and for the survival of millions of people: 

“Loss of the world’s genetic diversity would be worse than energy depletion, economic collapse, limited nuclear war or conquest by a totalitarian government. As terrible as those catastrophes would be for us, they could be repaired in a few generations. The one process ongoing in the 1980’s that will take millions of years to correct is the loss of genetic and species diversity by the destruction of natural habitats. This is the folly our descendants are least likely to forgive us”. – Edward Osborne Wilson 

Escreva regularmente para os responsáveis pela tomada de decisão/ Please write regularly to the decision makers, 

Ministra de Meio Ambiente (izabella.teixeira@mma.gov.br)
Governador Augusto Anastasia (segov@governo.mg.gov.br) 
Presidente do ICMBio (roberto.vizentin@icmbio.gov.br) 
Secretário de Estado Adriano Magalhães (adriano.magalhaes@meioambiente.mg.gov.br) 

ask them to stop the plans of Vale S.A. in the Gandarela region: 

“POR FAVOR NÃO CONCEDA LICENÇA PARA MINERAR NA GANDARELA/PLEASE DO NOT LICENSE ANY MINING ACTIVITY IN THE GANDARELA.” 


“And this our life, exempt from public haunt, finds tongues in trees, books in the running brooks, sermons in stones, and good in everything”. (William Shakespeare, As you like it, II.i.1–17)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

CONDENADO E PROCURADO.

Ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf condenado pela justiça do Brasil e da Ilha de Jersey a devolver milhões de dólares aos cofres públicos brasileiros. O dinheiro é proveniente de propinas, fraude e lavagem de dinheiro. A condenação no Brasil foi mês passado, a de Jersey, sexta-feira passada (16/11). Em 2005, Maluf e seu filho foram presos no Brasil por intimidarem testemunhas. Eles são procurados pela Interpol para responderem às acusações de fraude e roubo nos Estados Unidos, e não podem deixar o Brasil por medo de serem presos. 
Veja a repercussão na mídia do exterior:
http://www.guardian.co.uk/world/2012/nov/16/brazil-mayor-millions-taxpayers-jersey
http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/4234166.stm
http://www.bbc.co.uk/news/world-latin-america-20373040

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O noivado da morte.


Sergio U. Dani e Paulo Maurício Serrano Neves

Quem fica noivo de aliança de ouro está pagando pedágio para a morte chegar.

Para se obter um grama de ouro através dos métodos modernos de mineração, são necessários 1 a 2,5 toneladas de minério de ouro. Cada tonelada de minério de ouro contém 0,5 a 1 kg de arsênio que é liberado para o ambiente em decorrência da mineração do ouro. Isso significa que, para cada grama de ouro, é liberado, em média conservadora, 1 kg de arsênio, ou seja, mil vezes mais arsênio que ouro.

Se apenas 1% desse arsênio estiver bioacessível e biodisponível, são 10 gramas de arsênio bioacessível e biodisponível por grama de ouro. Como um miligrama de arsênio por kg de peso vivo é suficiente para matar uma pessoa, e tomando-se 70kg como o peso médio de uma pessoa, então cada grama de ouro representa a vida de cerca de 140 pessoas.

Se você celebrou o noivado com duas alianças de 8 gramas cada, total de 16 gramas, você pagou pedágio para a morte de 2.240 (duas mil duzentos e quarenta) pessoas, incluindo você e sua noiva, ou noivo.

A EPA-Environmental Protection Agency dos Estados Unidos calculou o preço de uma vida humana perdida em decorrência da intoxicação crônica por arsênio em 6 milhões de dólares. Estimativas mais conservadoras apontam para 1,5 milhões de dólares. Usando uma estimativa ainda mais conservadora de 1 milhão de dólares por vida perdida pelo arsênio do ouro, chegamos ao valor de 2.240 milhões de dólares (2,24 bilhões ou R$ 4.480.000.000,00 ou 180 Megas-Senas acumuladas de 25 milhões cada uma) pelo seu par de alianças.

Pense duas vezes antes de comprar alianças de ouro. Você pode estar comprando uma dívida mortal que nem as mineradoras podem pagar, ou pagando pedágio para a morte chegar.

Créditos das fotos e desenhos (em sentido horário):
1. Cena de "A Noiva Cadáver" (Corpse Bride, filme de animação em stop motion de 2005, produzido por Tim Burton e co-dirigido pelo mesmo em companhia de Mike Johnson.)
2. O Príncipe William coloca uma aliança de ouro no dedo de Kate Middleton, na Westminster Abbey, em 2011.
3. O jovem Chadil presta a última homenagem à sua noiva, morta em um acidente de trânsito, na Tailândia. http://www.issoebizarro.xpg.com.br/
4. Súditos são obrigados pelo rei Pedro I a beijar a mão do cadáver de Inês de Castro, morta em 1355. Desenho em um pacote de cigarros.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Brasileiro dá exemplo: cadeia para corruptos.

http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-da-globo/t/edicoes/v/penas-de-dirceu-e-delubio-soares-devem-comecar-a-ser-cumpridas-em-regime-fechado/2238947/

Supremo Tribunal Federal (STF) manda corruptos para a cadeia. Joaquim Barbosa, Ministro do STF, dá exemplo de coragem, justiça e ética.



Joaquim Benedito Barbosa Gomes é o nome dele. Artigo escrito em 2009, por Eduardo Guimarães.

Conhecido como Joaquim Barbosa, apenas, ele é ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil desde 25 de junho de 2003, quando nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É o único negro entre os atuais ministros do STF. Joaquim Barbosa nasceu em 7 de outubro de 1954, no município mineiro de Paracatu, noroeste de Minas Gerais. É o primogênito de oito filhos. Pai pedreiro e mãe dona de casa, passou a ser arrimo de família quando estes se separaram. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público. Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado. Prestou concurso público para Procurador da República e foi aprovado. Licenciou-se do cargo e foi estudar na França por quatro anos, tendo obtido seu Mestrado em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e seu Doutorado em Direito Público pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1993. Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi Visiting Scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York ( 1999 a 2000), e Visiting Scholar na Universidade da California, Los Angeles School of Law ( 2002 a 2003). Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês e alemão.

O currículo do ministro do STF Joaquim Barbosa que vocês acabam de ler foi extraído da Wikipédia, mas pode ser encontrado facilmente nos arquivos dos órgãos oficiais do Estado Brasileiro. “E o que mostra esse currículo?”, perguntarão vocês. Antes de responder, quero dizer que o histórico de vida de Joaquim Barbosa pesa muito neste caso, porque mostra que ele, à diferença de seus pares, é alguém que chegou onde chegou lutando contra dificuldades imensas que os outros membros do STF jamais sequer sonharam em enfrentar. Não se quer aceitar, nesse debate – ou melhor, a mídia, a direita, o PSDB, o PFL, os Frias, os Marinho, os Civita não querem aceitar –, que Joaquim Barbosa é um estranho no ninho racialmente elitista que é o Supremo Tribunal Federal, pois esse negro filho de pedreiro do interior de Minas é apenas o terceiro ministro negro da Corte em 102 anos, conforme a Wikipédia, tendo sido precedido por Pedro Lessa (1907 a 1921) e por Hermenegildo de Barros (1919 a 1937).

E quem é o STF hoje no Brasil? Acabamos de ver recentemente nos casos Daniel Dantas, Eliana Tranchesi etc. É o que sempre foi: a porta por onde os ricos escapam de seus crimes. Joaquim Barbosa é isolado por seus pares pelo que é: negro de origem pobre numa Corte quase que exclusivamente branca nos últimos mais de cem anos, que julga uma maioria descomunal de causas que beneficiam a elite branca e rica do país. Sobre o que ele disse ao presidente do STF, Gilmar Mendes, apenas repercutiu o que têm dito, em ampla maioria, juízes, advogados, jornalistas, acadêmicos de toda parte do Brasil e do mundo, que o atual presidente do Supremo, com suas polêmicas midiáticas, com denúncias de grampos ilegais que não se sustentam e que ele até já reconheceu que “podem” não ter existido – depois de toda palhaçada que fez –, desserve à instituição que preside e ao próprio conceito de Justiça. Gilmar Mendes pareceu-me ter querido “pôr o negrinho em seu lugar”, e este, altivo, enorme, colossal, respondeu-lhe, com todas as letras, que não o confundisse com “um dos capangas” do supremo presidente “em Mato Grosso”. Falando nisso, a mídia poderia focar nesse ponto, sobre “Mato Grosso”, mas preferiu o silêncio. Esperemos…

Esse episódio revelou-se benigno para a nação, a meu juízo, pois mostrou que ainda resta esperança para a Justiça brasileira. Enquanto houver um só que enfrente uma luta aparentemente desigual para si simplesmente para dizer o que falam quase todos, porém sem que os poucos poderosos dêem ouvidos, haverá esperança. Enquanto um resistir, resistiremos todos. Joaquim Barbosa é um estranho no ninho do STF, entre a elite branca da nação, e está sendo combatido por isso e por simplesmente dizer a verdade em meio a um mar de hipocrisia. O Brasil inteiro sabe disso e essa talvez seja a verdade mais importante, pois dará conseqüência aos fatos, se Deus quiser.

domingo, 11 de novembro de 2012

A violência no Brasil e no México: uma comparação.

Infolatam (http://www.infolatam.com.br/2012/01/05/a-violencia-no-brasil-e-no-mexico-uma-comparacao/)

México, 03 de janeiro de 2012 

Por RUBÉN AGUILAR VALENZUELA 

Nos últimos 30 anos, um milhão e cem mil brasileiros foram assassinados e os índices de violência subiram de 11,7 homicídios dolosos por cada 100 mil habitantes, em 1980, para 26,2 em 2011, segundo o Instituto Sangari, de São Paulo. Os índices de violência no México seguiram a um sentido contrário ao que aconteceu no Brasil, já que, de 30 crimes dolosos por 100 mil habitantes no início dos anos 1960, em uma constante queda, passaram para 8 assassinatos em 2005, o mais baixo na história do país. A situação muda drasticamente com a chegada de Felipe Calderón ao poder. Em seu governo os índices de violência passaram de oito assassinatos dolosos por cada 100 mil habitantes para 18 em 2010, o que indica um aumento de mais de 100%. É o resultado do fracasso da sua estratégia de “guerra” contra o tráfico de drogas, que tem produzido, em cinco anos, mais de 50 mil assassinatos e, mesmo assim, ainda é inferior ao número verificado no Brasil. 


Na América do Sul, a violência no Brasil só é superada pela da Venezuela, que é maior, com 70 homicídios dolosos para cada 100 mil habitantes, e da Colômbia, com 40, de acordo com dados de órgãos internacionais e também locais. O estudo do Instituto Sangari mostra que os assassinatos crescem 137 por dia e 4 por hora. Além disso, o estudo demonstra que a violência aumentou, ano a ano, em todos os estados do Brasil, exceto no Rio de Janeiro e em São Paulo. Estados pobres do Nordeste do Brasil, que nos últimos 10 anos receberam os maiores investimentos financeiros, e onde todas as políticas sociais têm sido implementadas, são os que sofrem os mais altos níveis de violência. No estado da Bahia o índice de violência cresceu 303% e no Paraná 252%. Especialistas afirmam que o aumento da violência está associado com o desenvolvimento econômico na região, o que atrai o crime organizado. 


No Rio de Janeiro, os crimes dolosos para cada 100 mil habitantes passaram de 51 para 26,2 e coincide com a média nacional. Em São Paulo passaram de 42,2 para 13,9 e representam a metade da média. Os especialistas explicam que nestes estados a campanha contra o desarmamento, a política de investimento em segurança e as políticas estatais contra a violência têm obtido êxito. 


Embora os índices de violência no Brasil tenham sido superiores aos do México, internamente pouco se fala sobre isso e, internacionalmente, este é um tema pouco difundido pela mídia. A mudança de visão sobre a violência está no tempo de cobertura dedicado pela mídia, mas, sobretudo, na importância que os governos dão ao tema. Na agenda do presidente Calderón é um tema central, mas, para os presidentes do Brasil, simplesmente não existe.

O Estado faz parte da violência.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Xingu Vivo Para Sempre

De: Antonia, Movimento Xingu Vivo Para Sempre 

Queridos Leitores do Brasileirosparaomundo, 

Estamos em um momento muito importante para a luta contra Belo Monte. Diferentes protestos têm dificultado o andamento das atividades nos canteiros e uma articulação inédita entre indígenas, pescadores, ribeirinhos, agricultores, extrativistas, oleiros, garimpeiros e pilotos de voadeira paralisou completamente a obra entre setembro e outubro de 2012 para cobrar respeito aos direitos de todos os afetados pelo projeto. Após um processo de negociação, a Norte Energia foi obrigada judicialmente a cumprir parte de suas obrigações e as obras foram retomadas. Mas o licenciamento ambiental de Belo Monte permanece na ilegalidade! Até agora o STF não se manifestou sobre o mérito da decisão da 5a turma do TRF-1, que obrigou o Estado Brasileiro a consultar todas as populações indígenas afetadas pela obra. Além disso, inúmeras ações do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública do Pará e da sociedade civil permanecem paralisadas na justiça. Enquanto isso a violência contra a natureza, o rio Xingu e seus povos se agrava e as condições de vida da população em Altamira ficam piores. Por isto pedimos que assinem a petição Justiça Já

 Obrigada, Antonia Melo 
Movimento Xingu Vivo Para Sempre

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Juiz manda prender denunciante

Nota do editor
Ignorância, truculência, censura, negligência e insensatez abundam em certos setores do judiciário brasileiro onde faltam culhões. Em vez de determinar o recolhimento imediato de um lote de feijão para investigar a suspeita de intoxicação alimentar, juiz de Unaí manda prender quem denuncia o problema. Se queria prender alguém, que prendesse os suspeitos da prática de envenenamento público, não o denunciante! Nem mesmo o temor de enfrentar certos plantadores de feijão de Unaí acusados de matar servidores públicos poderia justificar tamanha insensatez! Leia a notícia da Natália Alves e os artigos recomendados, tire suas conclusões e tome uma atitude. Diga “NÃO” à ignorância, à truculência, à negligência, à insensatez e à falta de culhões! 

Justiça decreta prisão de Frei Gilvander. 

Natália Alves, de Belo Horizonte, MG, Brasil. 

O juiz do município de Unaí, região Noroeste de Minas Gerais, decretou a prisão do padre Carmelita, assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e militante dos direitos humanos, Frei Gilvander. O motivo para a prisão foi a divulgação de um vídeo produzido pelo Frei que denúncia o envenenamento da população da cidade de Unaí e região pelo abuso de agrotóxicos utilizados na marca “Feijão Unaí”. No vídeo, depoimento de uma trabalhadora de uma escola municipal de Arinos, cidade vizinha de Unaí, relata que o feijão foi enviado para a merenda escolar e que as cozinheiras não suportaram o mau cheiro e os sinais de veneno contidos no feijão, chegando, inclusive a passar mal. Isso se repetiu várias vezes, chegando ao ponto de até descartar o feijão no lixo. A cidade de Unaí é a campeã nacional em casos de câncer. Segundo os dados da Comissão Parlamentar da Câmara Federal, em Unaí há 1260 casos de pessoas com câncer por ano. A média mundial não ultrapassa 400 casos anuais para cada 100.000 habitantes. A cidade também é a campeã nacional em produção de feijão e de uso de agrotóxicos, uma verdadeira ameaça a saúde da população. A prisão de Frei Gilvander se dará caso não retire de circulação o vídeo que faz essa importante denúncia, um verdadeiro ataque à liberdade de expressão e informação. Os diretores do Google e do Youtube estão respondendo a processo pela veiculação do vídeo. Frei Gilvander é um grande companheiro da luta do povo pobre e por isso desperta o ódio dos poderosos. Em maio, por seu apoio à luta do povo por moradia e denúncia do despejo da Ocupação Eliana Silva e de outras comunidades sofreu dezenas de ameaças de morte. Mas segue firme na luta contando com cada vez mais apoio das comunidades e das pessoas de luta, justas e honestas. 

Referências e leituras recomendadas

1. http://averdade.org.br/2012/10/justica-decreta-prisao-de-frei-gilvander/ 
2. Food Addit Contam. 2004 Nov;21(11):1057-64. Chronic dietary risk for pesticide residues in food in Brazil: an update. Caldas ED, Souza LC. 
3. Food Addit Contam Part A Chem Anal Control Expo Risk Assess. 2011 Jan;28(1):71-9. Dietary risk assessment of organophosphorus and dithiocarbamate pesticides in a total diet study at a Brazilian university restaurant. Caldas ED, De Souza MV, Jardim AN. 
4. Rev Saude Publica. 2000 Oct;34(5):529-37. [Assessment of the chronic risk for ingestion of pesticide residues in the Brazilian diet]. [Article in Portuguese] Caldas ED, de Souza LC. 
5. Rocz Panstw Zakl Hig. 2011;62(2):127-36. [Cumulative exposure to pesticide residues in food]. [Article in Polish] Kostka G, Urbanek-Olejnik K, Liszewska M. 
6. Pest Manag Sci. 2002 Oct;58(10):1073-82. Pesticide residue analysis and its relationship to hazard characterisation (ADI/ARfD) and intake estimations (NEDI/NESTI). Renwick AG. 
7. Chemosphere. 2009 Nov;77(7):939-45. Epub 2009 Sep 2. Life cycle human toxicity assessment of pesticides: comparing fruit and vegetable diets in Switzerland and the United States. Juraske R, Mutel CL, Stoessel F, Hellweg S. 
8. Commun Agric Appl Biol Sci. 2011;76(4):853-61. Risk assessment of oncogenic potency of pesticide residues in fruits and vegetables. Keikotlhaile BM, Spanoghe P, Steurbaut W. 
9. Pest Manag Sci. 2004 Apr;60(4):311-39. Pesticide residues in food--acute dietary exposure. Hamilton D, Ambrus A, Dieterle R, Felsot A, Harris C, Petersen B, Racke K, Wong SS, Gonzalez R, Tanaka K, Earl M, Roberts G, Bhula R; Advisory Committee on Crop Protection Chemistry, Division of Chemistry and the Environment; of the International Union of Pure and Applied Chemistry.